Brasil continua na segunda posição global do ranking de países com mais vítimas – e lidera com folga a lista se comparado com seus vizinhos latino-americanos
No último ano, quase 30 mil proprietários de dispositivos móveis ao redor do mundo foram vítimas de stalkerware – um programa que monitora as atividades de maneira oculta, sendo usado por abusadores para rastrear suas vítimas. Esta é uma das conclusões do mais recente relatório da Kaspersky, “O cenário do stalkerware em 2022”.
Este é um relatório anual publicado pela Kaspersky com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o número de pessoas no mundo que são afetadas por essa forma de perseguição digital. Em 2022, os dados mostraram que 29.312 indivíduos ao redor do mundo foram vítimas de stalkerware, algo similar às 32.694 vítimas em 2021. Após uma tendência de redução nos anos anteriores a 2021, essa estabilidade relativa destaca a perseguição digital em escala global e sugere que ela não desaparecerá por conta própria.
Os dados são da Kaspersky Security Network e, em 2022, Rússia, Brasil, Índia, Irã e Estados Unidos formam os países mais afetados pelo stalkerware. Na lista do top10, ainda aparecem Turquia, Alemanha, Arábia Saudita, Iêmen e México. Se comparado a América Latina, além dos países que figuram na lista global, há também o Equador, Colômbia e Peru – sendo que o Brasil apresenta uma liderança com 10 vezes mais vítimas que o segundo colocado.
|
País |
Número de indivíduos afetados |
1 |
Rússia |
8.281 |
2 |
Brasil |
4.969 |
3 |
Índia |
1.807 |
4 |
Irã |
1.754 |
5 |
Estados Unidos |
1.295 |
6 |
Turquia |
755 |
7 |
Alemanha |
736 |
8 |
Arábia Saudita |
612 |
9 |
Iêmen |
527 |
10 |
México |
474 |
Tabela 1 – Top10 países mais afetados por stalkerware no mundo em 2022
A violência digital e a necessidade de agir contra ela
Stalkerware é um programa comercializado normalmente, porém ele permanece oculto no smartphone, permitindo que quem o instalou observe cada passo e ação da vida privada da vítima, sem o conhecimento dela. Como é necessário ter acesso físico ao dispositivo (além da senha de desbloqueio), na maioria das vezes o stalkerware é usado em relacionamentos abusivos. Embora os dados coletados pela Kaspersky sejam anonimizados, outras pesquisas[1] mostram que mulheres são as principais vítimas dessa forma de violência digital. É importante lembrar que a violência digital é apenas uma forma diferente da violência em si, que precisa ser encarada como algo contínuo e tem efeitos reais e negativos sobre as vítimas.
A Kaspersky trabalha ativamente para reforçar a proteção de seus clientes e oferece em seus produtos o Alerta de Privacidade, uma notificação caso um stalkerware seja encontrado no dispositivo. Além de informar a pessoa sobre a presença da ameaça, essa notificação também mostra os riscos de removê-la, pois caso o stalkerware seja deletado, a pessoa que o instalou será avisada. Desde seu lançamento em 2019, o Alerta de Privacidade faz parte de todas as soluções de segurança para o consumidor da Kaspersky para que possa proteger os clientes contra o stalkerware.
“Nossa pesquisa ‘Stalking online em relacionamentos’ mostrou a relação direta entre a ‘espiadinha’ e a violência em relações abusivas e uma conclusão preocupante foi que a reação mais comum das vítimas seria confrontar o agressor. Infelizmente, isso pode agravar a situação e levar a consequências ainda mais graves. Além do risco físico, decidir o momento ideal de remover a app indesejado ainda permite que a vítima registre as provas do crime de stalking – que já é previsto em lei – para um possível processo jurídico. Acreditamos que, ao difundir esse conhecimento, podemos indicar a melhor linha de ação para uma solução que seja a mais segura para a vítima”, afirma Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
A Kaspersky trabalha com especialistas e organizações de combate à violência doméstica, como serviços de apoio às vítimas, programas de reabilitação de agressores e até instituições de pesquisa e agências do governo, compartilhando conhecimentos e oferecendo suporte a profissionais da área e vítimas. A Kaspersky é um dos cofundadores da Coalition Against Stalkerware, grupo internacional dedicado ao combate dessa ameaça e a violência doméstica. De 2021 a 2023, a Kaspersky foi parceira associada ao projeto europeu DeStalk, cofinanciado pelo programa Rights, Equality, e ao Citizenship Program da União Europeia. Em junho de 2022, a Kaspersky lançou um site para compartilhar mais informações sobre o TinyCheck, uma ferramenta segura, simples e gratuita voltada para organizações de apoio às vítimas para auxiliar a identificação de stalkerware ou aplicativos de monitoramento em dispositivos.
Leia o relatório completo de 2022 está disponível em Securelist.
[1] “Cyber Violence against Women and Girls: Key Terms and Concepts” (Violência cibernética contra mulheres e meninas: termos e conceitos principais, 2022) European Institute for Gender Equality
Sobre a Kaspersky
A Kaspersky é uma empresa global de cibersegurança e privacidade digital fundada em 1997. O seu profundo conhecimento do panorama de inteligência de ameaças e a sua experiência leva à criação contínua de soluções de segurança e serviços para proteger as empresas, as infraestruturas mais críticas, Governos e consumidores por todo o mundo. O portfólio de segurança da empresa inclui a solução líder de proteção para endpoint e um vasto número de soluções e serviços de segurança especializados que visam combater as ameaças digitais mais sofisticadas e em permanente evolução. Atualmente, mais de 400 milhões de utilizadores estão protegidos pelas tecnologias da Kaspersky e a empresa ajuda cerca de 240.000 clientes corporativos a proteger o que lhes é mais importante. Mais informações no site.