O que é Linux?
Desenvolvido na década de 1990, Linux é um grupo de sistemas operacionais, como o Windows da Microsoft ou o MacOS da Apple. É um sistema operacional grátis de código aberto ou, melhor dizendo, um grupo de sistemas.
No entanto, os atributos únicos, a simplicidade e a funcionalidade do Linux o tornaram extremamente popular entre profissionais da tecnologia.
Uma vez que ele é seguro, comparado a outros sistemas, é também uma boa escolha para os que priorizam a segurança do computador.
O nome refere-se especificamente ao "kernel", que é o componente central de um sistema operacional que controla a unidade de processamento central (a CPU), a memória e os periféricos de um computador. Tecnicamente, o Linux é feito de diversos componentes:
- Bootloader: Software que lida com o processo de inicialização do computador.
- Kernel: Parte central do sistema que, além de gerenciá-lo, gerencia todas as partes do computador.
- Daemons: Serviços de plano de fundo, como o som.
- Init system: Subsistema que lida com a conta do usuário e com os daemons.
- Servidor gráfico: Subsistema que gerencia o monitor gráfico.
- Ambiente do desktop: A interface do usuário.
- Aplicativos: O software que os usuários utilizam para diferentes funções, como processadores de texto, navegadores de internet e reprodutores de música.
Diferentemente de outros sistemas operacionais, o Linux tem uma interface de usuário minimalista, sem todos os recursos dos sistemas mais focados em experiência, como o MacOS.
Em vez disso, o Linux é feito para ser muito funcional e dar aos usuários muito controle sobre seu sistema e seu hardware. Uma das maiores vantagens do Linux é seu código aberto, o qual permite uma grande personalização e controle, contando com uma grande comunidade que mantém o sistema operacional.
Embora a maioria dos sistemas operacionais tenha uma versão principal — chamada de distribuição — que age como a interface de usuário, o Linux tem diversas distribuições.
Alguns dos mais populares são Ubuntu (para usuários comuns), Suse, Redhat (para servidores empresariais) e Cent OS (para plataformas da nuvem).
Eles são cuidadosamente calibrados para se adequar às necessidades de diferentes usuários.
Além disso, o sistema operacional Android, popular em smartphones, é feito com base no kernel do Linux.
Portanto, o sistema operacional Linux pode ser usado como:
SO de servidor: Para qualquer tipo de aplicativo de servidor de alto volume.
SO de desktop: Para usuários comuns de computador que preferem um ambiente de desktop tradicional.
SO de servidor "headless": Melhor para servidores de rede remota que não requerem uma interface de usuário gráfica.
SO de dispositivo integrado: Para funcionalidades simples de computação, como appliances domésticas.
SO de rede: Para necessidades de rede.
SO de desenvolvimento de software: Melhor para desenvolvimento de software empresarial.
SO da nuvem: Para computação na nuvem em grande escala.
Sendo mais complexo que Windows e MacOS e oferecendo muito mais personalização, o Linux é amplamente utilizado por pessoas com habilidades técnicas.
Além disso, ele pode ser usado para requisitos computacionais de alto nível, como servidores da Web e operações de rede.
Para usuários de desktop, Linux Mint é uma distribuição segura que oferece total funcionalidade para design gráfico, produtividade, multimídia, navegação na Web e jogos.
Quais as diferenças do Linux comparado a outros sistemas operacionais?
Apesar do uso predominantemente por pessoas experientes na tecnologia, o Linux é um sistema operacional, como o Windows e o MacOS, que tem muitos dos mesmos recursos e funcionalidades que os dois sistemas mais populares.
Por exemplo, ele possui uma interface gráfica para o usuário e suas próprias versões de softwares comuns, como editores de foto, criadores de planilhas e clientes de e-mail.
Sendo assim, pode operar em qualquer dispositivo eletrônico, de computadores a smartphones.
Entretanto, há alguns pontos diferentes. E é aqui que ele tem diferenças em comparação ao Windows e ao MacOS.
Enquanto a maioria dos sistemas operacionais é executada em uma arquitetura contida, o Linux é um software de código aberto. Isso significa que qualquer um pode ver e editar o código e, portanto, o sistema.
E claro, isso implica em questões de segurança para o Linux, as quais discutiremos mais adiante.
Outra diferença é que outros sistemas operacionais geralmente têm uma apresentação. Por exemplo, há só um tipo de MacOS ou Windows.
Para fins desta discussão, versões diferentes dos sistemas operacionais, como MacOS Monterey ou MacOS Sierra, serão desconsideradas, pois são apenas versões diferentes do mesmo software.
Por outro lado, o Linux tem uma ampla gama de distribuições e versões de software altamente personalizáveis.
O usuários podem decidir quais programas querem em seus sistemas e personalizar componentes centrais, como gráficos ou interface de usuário.
O Linux é seguro?
Desde seu lançamento, a segurança do Linux é o coração do sistema operacional. Mas embora existam diversos recursos que ajudam a protegê-lo, nenhum sistema operacional é totalmente seguro.
A segurança do Linux tem muitas vantagens, mas um fator que o desafia é sua popularidade.
Durante anos, esse sistema era usado principalmente por um grupo demográfico mais restrito e mais ligado à tecnologia. No entanto, o aumento do seu uso tornou o sistema mais vulnerável e fez com que usuários questionassem a segurança do Linux.
Além disso, já existe uma grande quantidade de malwares específicos do Linux, como o Symbiote virtualmente indetectável.
Ainda assim, quem tem dúvidas quanto à segurança do Linux pode ficar tranquilo, pois a arquitetura do sistema operacional tem diversos recursos que o tornam inerentemente mais protegido:
Privilégios do usuário
Para manter o Linux protegido, todos os usuários precisam de IDs e senhas individuais. Além disso, o SO oferece vários níveis de privilégio de acesso, como o "root-level" ou nível-raiz, que representa privilégios de administrador.
No entanto, os usuários recebem direitos menores de acesso automaticamente, o que limita seu acesso aos arquivos do computador.
Isso é feito para garantir a segurança do Linux, dificultando a disseminação de malwares. Se um computador executando Linux é comprometido, o malware não consegue obter o acesso-raiz e, portanto, não causa danos ao sistema todo.
Além disso, o Linux separa cada usuário, limitando a chance do malware causar contaminação cruzada pelo sistema.
Código aberto
O Linux Kernal opera como um software de código aberto. Embora isso leve a maioria a questionar a segurança do Linux — já que, tecnicamente, os invasores poderiam inserir códigos maliciosos com facilidade —, esse modelo aprimora a segurança do sistema operacional.
O código-fonte é dividido em diversos subsistemas cuidadosamente revisados e mantidos, o que garante que todas as mudanças sejam examinadas.
Além disso, por ser código aberto, mais pessoas podem vê-lo e testá-lo em busca de vulnerabilidades.
Ao encontrá-los, pode-se implementar melhorias ao código em atualizações de segurança.
Registro de eventos do sistema
O Linux mantém um arquivo de registro que rastreia todos os acessos aos arquivos e ao sistema.
Ele analisa coisas como tantativas falhas de login, mudanças e problemas de segurança.
Isso dá aos administradores um recurso útil para monitorar suas redes e permite que tomem as medidas preventivas necessárias para melhorar a segurança de seus sistemas.
SELinux
Desenvolvido para a National Security Agency (NSA ou Agência de segurança nacional) dos Estados Unidos, este é um aprimoramento para a segurança do Linux que dá controle aos administradores sobre o acesso de arquivos por meio do nativo e flexível sistema Mandatory Access Control (MAC) para Linux Kernel.
Essencialmente, o SELinux permite que os administradores gerenciem a segurança definindo permissões de acesso para todos os aplicativos, processos e arquivos.
O sistema nega permissão a tudo que não se encaixe nos parâmetros definidos.
O Linux é mais seguro que o Windows ou outros sistemas operacionais?
Muitos usuários perguntam se o Linux é mais seguro que o Windows; essa é uma pergunta muito pertinente ao comparar sistemas operacionais.
Por todas as razões destacadas acima, a resposta curta seria "sim". A realidade, no entanto, é mais complexa.
Mas para quem se pergunta qual é o nível de segurança do Linux, esses recursos são o que tornam o sistema operacional especificamente mais seguro que outros:
Permissões do usuário
O Linux atribui permissões de usuário de baixo nível automaticamente que não permitem operações a nível de sistema.
Já o Windows cria uma conta de administrador na instalação, dando ao usuário a habilidade de operar como administrador utilizando a opção "Executar como administrador".
Usuários do Windows podem configurar o sistema para alterar isso, mas geralmente não o fazem, o que dá uma vantagem forte à segurança do Linux.
Instalação do software
Usuários do Windows podem instalar qualquer software da Internet simplesmente baixando e instalando um arquivo .exe ou .msi, o que representa um grande risco a quem não tem ideia da confiabilidade do arquivo.
Para garantir que o Linux é mais seguro, o sistema gerencia a instalação de softwares usando gestores de pacotes, os quais permitem que usuários baixem programas de repositórios, fontes confiáveis da comunidade que examinam e verificam programas.
Código
Embora o código aberto geralmente abra portas para muita vulnerabilidade, ele aprimora a segurança do Linux. Isso acontece porque há desenvolvedores e pesquisadores no mundo todo que analisam o código do sistema à procura de possíveis vulnerabilidades e riscos à segurança.
Ao encontrá-los, os desenvolvedores criam atualizações e implementam-nas no código, corrigindo os problemas imediatamente.
Em contraste, já que o Windows é um software proprietário, os desenvolvedores da Microsoft precisam encontrar e corrigir problemas de segurança, então sua identificação e correção podem demorar mais.
Atualizações
Usuários do Windows podem definir atualizações automáticas para o sistema operacional e para softwares específicos da Microsoft, podendo ficar com os programas e aplicativos desatualizados e vulneráveis em seus computadores.
O Linux é mais seguro, pois os gerenciadores de pacotes permitem que os usuários instalem atualizações e correções de segurança facilmente, com um ou dois comandos.
Base de usuários
Embora o Linux seja popular, ele é predominantemente usado para servidores.
Portanto, quase 75% dos desktops executam Windows, enquanto quase 3% executam Linux.
Por isso, a maioria dos malwares e vírus do Linux atacam servidores, não desktops — não é rentável invadir desktops Linux.
Diversidade
O Linux opera em uma grande variedade de ambientes, incluindo Ubuntu, Debian e Gentoo; o sistema operacional tem diversas distribuições, sistemas de pacotes e clientes de e-mail.
Por outro lado, o Windows opera em um escopo limitado usando a mesma tecnologia.
Portanto, o Linux é mais seguro que o Windows, já que o escopo para alcançar usuários é menor.
12 dicas para melhorar a segurança do Linux
Instale apenas os pacotes necessários e tente obtê-los apena de fontes oficiais.
- Desabilite o login raiz e atribua privilégios de administrador para um usário novo ou já existente.
- Remova quaisquer convidados ou contas padrões desnecessárias.
- Habilite a autenticação multifator sempre que possível.
- Tenha uma boa gestão das senhas, criando combinações fortes, alterando-as regularmente ou usando um gerenciador de senhas.
- Use programas antimalware e antivírus para servidores do Linux.
- Baixe e instale uma rede privada virtual (VPN).
- Certifique-se de que o servidor é atualizado regularmente, seja por instalações manuais ou por atualizações automáticas.
- Execute um firewall.
- Use um serviço de proxy para proteger o servidor do Linux contra ataques de DDoS ("Distributed Denial of Service" ou negação de serviço).
- Utilize criptografia completa de disco para maior segurança no sistema Linux.
- Configure o registro de auditoria para antecipar erros do sistema e incidentes de segurança.
Linux e invasões
Por ser um software de código aberto, é lógico pensar que o Linux seria um grande alvo dos invasores.
No entanto, há uma grande comunidade de desenvolvedores que o testa regularmente à procura de falhas na segurança e cria atualizações que ajudam a protegê-lo.
Como o sistema operacional tem diversas distribuições, os "invasores éticos" podem se perguntar qual versão do Linux é melhor de invadir.
Aqui estão algumas das distribuições mais populares do Linux para descobrir e consertar brechas:
- BackBox: Sistema baseado em Ubuntu que oferece muitos recursos de penetração e teste de segurança.
- Kali Linux: Distribuição útil para análise forense digital, com mais de 500 ferramentas de teste de penetração.
- Backtrack: Boa para verificação de portas, auditorias de segurança, inspeção de wi-fi e outros testes de segurança.
- Pentoo: Sistema baseado em Gentoo com ferramentas para invasão ética.
- NodeZero: Sistema baseado em Ubuntu com mais de 300 ferramentas de segurança.
- Parrot: Sistema baseado em Debian, eficiente e com boa portabilidade para nuvem.
- Caine: Distribuição baseada em Unbutu feita para análise forense computacional; acrônimo de "Computer Aided Investigation Environment" ou Ambiente de investigação computacional assistida.
O Linux é um sistema operacional seguro
Há muitos sistemas operacionais disponíveis, mas poucos oferecem a proteção do Linux.
Isso acontece porque o sistema tem diversos recursos integrados que ajudam a mantê-lo protegido, incluindo atribuição automática de permissões de nível baixo a usuários.
Além disso, uma grande comunidade mantém o Linux protegido testando regularmente suas vulnerabilidades e criando atualizações de segurança.
Isso não significa que ele seja totalmente imune a vírus e malware. Embora mais seguro que o Windows e outros sistemas operacionais, os usuários devem tomar cuidado com a sua segurança ao navegar online.
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