A principal atração da Black Hat, a conferência de segurança que reuniu centenas de hackers de todo o mundo, foi a demonstração da existência de vulnerabilidade em objetos que nunca pensaríamos em se tratando de segurança, como carros e banheiros. No entanto, outra curiososidade que também merece destaque é a natureza dos apresentadores da Black Hat, os gurus da segurança que frequentemente se referem a si mesmos como hackers. Ao contrário dos cibercriminosos, os hackers não estão necessariamente atrás de dinheiro de alguém ou segredos. Para entender quais são as motivações destes gênios da informática, Thycotic, uma reconhecida empresa de segurança, fez um levantamento com 100 hackers que participaram da Black Hat, com o objetivo de conhecer as motivações para hackear certos sistemas e quais são as principais estratégias.
Um fato surpreendente do levantamento é que 86% dos hackers têm certeza de que nunca serão punidos pelos seus atos e não assumem a responsabilidade pelas consequências. Pelo visto, a impunidade é o principal motivo da ação deles.
Outro ponto interessante é quem os hackers eligiriam, dentro da equipe de uma empresa, como o primeiro alvo de um ataque para se infiltrar no sistema de segurança da organização. 40% dos entrevistados escolheriam contratantes da empresa como seus principais alvos, já que estes normalmente têm acesso às redes corporativas, que não são totalmente reguladas pelas políticas de segurança.
Curiosamente, os administradores de TI são a segunda opção. Apesar do pessoal de TI estar mais consciente e preparado para lidar com um ataque, 30% dos hackers afirmaram que direcionam o ataque a eles para entrar na rede corporativa.
88% dos hackers se consideram vulneráveis aos ataques de roubo de dados.
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Os resultados do levantamento surpreendeu a gente, já que a lista de Thycotic não incluía o pessoal de Recursos Humanos, que tradicionalmente são considerados como os alvos mais vulneráveis a ataques direcionados.
O levantamento também revelou resultados surpreendentes a respeito da motivação dos hackers. Mais da metade dos entrevistados (51%) realizam os ataques por pura diversão. No entanto, 30% deles afirmam que nunca infrigiram seus princípios éticos.
A maioria dos hackers são realistas e reconhecem que a posse de determinados recursos nem sempre significa que eles estão seguros: 88% acha que eles correm um alto risco dos seus dados pessoais serem roubados por outros hackers.
Tradução: Juliana Costa Santos Dias
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