Buenos Aires – Os internautas latino-americanos receberam, em média, mais de 30 ciberataques por segundo este ano. Ao todo, foram 677 milhões de incidentes com malware só nos primeiros oito meses de 2017. O valor é quase 60% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Os dados foram divulgados durante a 7ª Cúpula Latino Americana de Analistas de Segurança da Kaspersky Lab, que está sendo realizada em Buenos Aires, Argentina.
Os números da Kaspersky também revelam que os internautas brasileiros, mexicanos e colombianos sofreram o maior número de ataques de malware até agora. Em termos per capita, o Brasil é o mais perigoso da AL –um a cada três usuários sofreu ao menos uma tentativa.A seguir, Honduras (23,5%), Panamá (22,6%) e Guatemala (21,6%). O Brasil também é líder em hospedagem de sites maliciosos – 84% dos hosts na América Latina utilizados em ataques em todo o mundo estão aqui.
De acordo com o estudo, a grande maioria desses ataques foi offline – detectada e bloqueada no HD dos usuários. A infecção pode ter sido via unidades USB, redes ou outros meios. Já via Internet, a maioria foi pela Web (85%), enquanto 15% por e-mail -importante vetor para disseminar trojans bancários. Além disso, entre os Top 20, destaque para a família Trojan.PDF.Phish, difundida por documentos PDF criados para assemelhar-se aos originais e nos quais a vítima é notificada de supostas multas ou benefícios .
Quanto aos ataques registrados em computadores, 40% correspondem ao uso de software pirateado. Segundo o mais recente relatório da Software Business Alliance, mais de metade (55%) dos programas e licenças usados na AL atualmente são ilegais. Além disso, se considerarmos que muitos gerentes de TI desconhecem o alcance do software implementado em seus sistemas ou não sabem se é legítimo, o problema é ainda mais grave.
“Há situações em que o pacote de software pirateado já está trojanizado, resultando no mesmo usuário acabar instalando malware em sua própria máquina. Este problema está estritamente relacionado com os hábitos dos usuários e facilita o trabalho para os atacantes”, disse Fabio Assolini, analista senior da Kaspersky Lab no Brasil.” No nível corporativo, é essencial educar os funcionários na segurança cibernética e impor políticas rigorosas de segurança de TI que limitem programas e aplicativos que sua equipe pode baixar em seus computadores para proteger a rede corporativa. Além disso, é importante enfatizar que os programas ilegais não possuem patches e atualizações e não recebem suporte técnico, o que torna seus usuários vulneráveis ”.