Você já parou para imaginar como estarão os escritórios tradicionais daqui a aproximadamente uma década?
As primeiras imagens que poderão surgir na sua cabeça provavelmente serão aquelas lembranças de fantasias tecnológicas e futuristas, baseadas nos filmes de ficção científica que estamos acostumados a assistir. Visualizamos um scanner leitor de retina na entrada dos prédios, um assistente robô e um chefe representado por um avatar 3D em uma luxuosa sala de reuniões. Porém, todas essas fantasias tentam copiar a realidade de hoje e melhorá-la com artimanhas um pouco geeks e talvez um pouco exageradas.
A realidade encaminha-se para que o futuro seja um pouco mais “pés no chão” e menos equipado com engenhocas desse tipo, e talvez seja isso que o torne ainda mais chocante. Aqui apresentaremos um pouco das controversas tendências que podem moldar os nossos escritórios nos anos que estão por vir.
Lar, doce lar – onde quer que você esteja.
A julgar pelos discursos publicitários e publicações inspiracionais de auto-ajuda, o trabalho remoto, desde nossas casas, é a alternativa de futuro iminente. Esta opinião é parcialmente confirmada pelas estatísticas: o número de home-offices está realmente crescendo.
O ‘boom’ do conceito de trabalho remoto se deu na década passada, com a proliferação da Internet. Depois de alguns anos de crescimento, a internet hoje age de forma estável, e atualmente o número total de trabalhadores remotos (incluindo os freelancers, ou auto-empregados) não excede 5% da população ativa – mas honestamente, essa não é uma estatística preocupante.
Na verdade é o trabalho remoto ocasional o fenômeno que se torna mais popular à cada dia que passa. Hoje você pode estar sentado no seu escritório, enquanto amanhã poderá estar preparando uma apresentação de PowerPoint em um avião, para logo após responder seus e-mails tomando um café em outra cidade. Desta maneira, aproximadamente metade dos norte-americanos trabalham neste esquema de trabalho remoto.
Escritórios para sempre!
Todos aqueles que trabalham remotamente aprendem a apreciar o charme da visita ao escritório, mesmo que seja apenas na primeira hora.
Numerosos estudos provam que a proximidade física com outros colegas de trabalho trazem contribuições positivas para a produtividade. Considerando que o espaço útil de utilização de um escritório, de acordo com a empresa de consultoria Strategy Plus, é de em média 42%, as reconfigurações de espaços fazem com que, de qualquer maneira, os seus colegas com estejam por perto.
What does your workspace look like? @sbeloussov @richardbranson Let’s share! Here’s mine: #WS_Challenge pic.twitter.com/jVcZmEYlHR
— Eugene Kaspersky (@e_kaspersky) noviembre 13, 2014
Isso não significa que tenhamos que trabalhar de pé e espremidos, devido a essa tendência de convergência. Isso nega a ideia de que espaços pessoais de trabalho permitem a diminuir espaços não utilizados do escritório, aumentando a produtividade. Ao menos é verdade para a companhia norueguesa Telenor, que adota esse sistema de trabalho desde 2003.
Por outro lado, Google e IBM estão entre as empresas que adotaram os espaços de trabalho compartilhados.
Tomamos um cafezinho?
Todos aqui sabem que os assuntos mais importantes da empresa não são discutidos em uma sala de reuniões, e sim no fumódromo, ou considerando a lei anti-tabaco, perto da máquina de café.
Hoje em dia, arquitetos realmente levam essa verdade a sério, e realizam seus projetos pensando nisso. Nos escritórios mais modernos, estes espaços são organizados de uma maneira que se provoque encontros casuais entre empregados de diferentes áreas em alguns ‘lugares estratégicos’.
The coffe machine in the office is a morning saver #wakemeup #chocolatesprinkles pic.twitter.com/wgliNY9Z6X
— Michael Millane (@MMillane) abril 30, 2013
Como isso acontece? Todas as máquinas de café e galões de água são instaladas um pouco afastadas do departamento, gerando um ponto de encontro com outros colegas, onde você não possui outra opção a não ser bater um papo com eles. Este método é utilizado nos departamentos de desenvolvimento das empresas Google e Samsung.
Deitar e refletir
É sabido que o modelo standard “mesa + cadeira” será extinto de alguns escritórios, e isso é bom não apenas para a convergência de espaços, mas também pelo bem da saúde dos funcionários.
O sedentarismo é um inimigo potente. Uma prova disso é que, de acordo com uma pesquisa, uma pessoa de 45 anos que passa mais de 11 horas sentado em frente ao computador possui 40% a mais de risco de morte nos próximos 3 anos do que aqueles que não o fazem.
Architects RAAAF took on the office of the future. Think prairie dogs in a cube farm. https://t.co/U4aAEzipMm
— Daniel Roth (@danroth) enero 27, 2015
Um projeto de arte holandês chamado RAAF decidiu resolver este problema propondo um estudo experimental denominado ‘O Fim da Cadeira’, onde cria um no local de trabalho um playground modernista que pouco lembra o escritório tradicional.
Tudo bem, uma pessoa não pode sentar-se normalmente em meio à uma caótica pilha de blocos plásticos, mas é possível deitar, ficar de pé e acomodar-se em meio a um espaço no meio das construções, curvar-se com uma bola e fazer o que mais quiser. Estes movimentos forçados no período de trabalho podem evitar que os funcionários fiquem sentados durante tempo prolongado.
Treadmill desks aren't just healthier, they'll also boost your work performance http://t.co/432ZSzhLK8 pic.twitter.com/1t7YahDWKN
— Fast Co. Impact (@FastCoImpact) January 28, 2015
A fim de fazer essa experiência o mais realista possível, um grupo de jovens profissionais foi acomodado nesse escritório por três semanas e os resultados foram bem satisfatórios. Na avaliação final, os empregados diziam ter dores nos pés, mas também confirmaram que se sentiram mais ‘vivos’ do que em um escritório tradicional. Seria útil também fazer o experimento com funcionários de idade mais avançada, mas por alguma razão, os organizadores decidiram pular este passo.
Pare. Quem está vindo?
É verdade, esses scanners de impressões digitais e retina parecem realmente incríveis e futuristas! Porém, o mais provável controle de entrada e saída de portas que o futuro trará será uma chave programada que pode ser ativada pelo smartphone.
Do We Have To Trust #Biometric #Authentication? New blog over at Kaspersky Daily. http://t.co/quxOmgn8dp
— Kaspersky Lab (@kaspersky) agosto 19, 2013
A vantagem dessa solução vai além do baixo custo, e tais chaves já vêm sido utilizadas em depósitos de lojas de móveis, por exemplo. Cada empregado receberia a configuração de um perfil seguro e flexível e o usaria como certificado digital temporário para a admissão nos locais determinados. Alternativa simples e elegante, já que dificilmente se verá alguém sem um smartphone em mãos com o passar do tempo.
Co-working parece legal
Se hoje em dia os espaços de co-working são utilizados, em sua maioria, por empresas iniciantes e profissionais freelancer, no futuro estes escritórios se tornarão a alternativa mais popular também das grandes companhias.
A razão para isso é bastante direta: espaços de co-working trazem uma oportunidade de economia, tanto na utilização de recursos quanto no ‘efeito da reunião na máquina de café’, que devido à diversidade de universos, se converte em produtividade e novas ideias.
O proeminente crescimento da terceirização de serviços facilita o custo-benefício em relação à infraestrutura (TI, conectividade, segurança, manutenção) e aumenta assim sua resiliência.
Bem, olhar o futuro por uma bola de cristal pode não ser extremamente confiável. As previsões acima podem parecer bastante razoáveis nos dias de hoje, mas talvez nossos descendentes as leiam com um leve sorriso condescendente, da mesma forma em que vemos hoje as obras de artistas franceses que desenharam os anos 2000 há décadas atrás. Atualmente, a realidade transforma-se tão rapidamente que se torna impossível dar tiros certos, fazer estimativas precisas. O que vai realmente acontecer, só o tempo dirá.
Tradução: Henrique Bauce