Planejando um encontro virtual para o Dia dos Namorados? Então atente-se aos cuidados com sua cibersegurança. Em tempos de isolamento social, o namoro online vem ajudando casais a manter a chama, mesmo afastados fisicamente. No entanto, é importante lembrar que a internet também é um terreno explorado por cibercriminosos e as informações compartilhadas sempre correm o risco de serem invadidas ou expostas quando não são tomadas as medidas corretas de proteção.
De acordo com pesquisa realizada pela Kaspersky, em parceria com a consultoria Corpa, 34% dos brasileiros já enviaram fotos íntimas a parceiros ou amigos e 28% já tiraram fotos ou se gravaram em uma situação íntima utilizando seu dispositivo móvel – comportamento que por si só é perigoso.
Nosso analista de segurança sênior Fabio Assolini traz dicas de segurança digital e ressalta a importância delas para a privacidade: “Essa preocupação deve existir em qualquer situação e não apenas quando o smartphone é roubado, perdido ou hackeado, já que um acesso sem permissão do proprietário – mesmo que por brincadeira – pode terminar na exposição daquelas fotos íntimas.”
Evite constrangimento na internet
Para evitar a exposição de fotos íntimas, por exemplo, é fundamental proteger os locais em que as imagens estejam armazenadas. Se as fotos estiverem na nuvem e forem enviadas por meio de apps de conversa, o analista da Kaspersky recomenda proteger o serviço com senha forte, além da ativação da dupla-autenticação no app quando o recurso estiver disponível.
Já os dispositivos em si podem ter sua segurança reforçada com a senha de bloqueio e programas antirroubo, que permitem o acesso ao seu conteúdo de maneira remota, caso seja perdido ou roubado. Essas medidas, claro, devem ser seguidas por todos os envolvidos na conversa: tanto quem envia quanto quem recebe precisam estar protegidos.
“O fator determinante para evitar ter dados ou fotos vazadas é entender que qualquer informação ou arquivo que esteja na internet pode ser acessado por estranhos se medidas de segurança adicionais não forem tomadas, como a restrição de acesso no armazenamento e o correto uso de senhas – principalmente para fotos, pois caso haja um acesso indesejado, a pessoa pode ter sua intimidade exposta”, explica Assolini.
O analista também indica que os usuários sempre removam os detalhes (metadados) das fotos antes de enviá-las, mesmo a pessoas de confiança e que as fotos não sejam de caráter íntimo. Essas informações podem revelar a localização e o momento em que as imagens foram tiradas. Caso as fotos sejam acessadas por golpistas após um roubo ou invasão ao dispositivo, estes detalhes podem ser usados para personalizar um segundo ataque.
Cuidado com as chamadas em vídeo
Para aqueles que preferem chamada em vídeo, Assolini recomenda muita atenção aos aplicativos escolhidos. Isso porque, devido ao sucesso dessas ferramentas, muitos apps falsos foram criados para a disseminação de malware. Por isso, use somente os baixados de lojas oficiais.
“Além disso, configure a senha de acesso e a ‘sala de espera’ para garantir que não haverá intrusos na chamada. Também utilize sempre a versão mais atualizada do app, pois as empresas vão corrigindo os erros identificados ao longo do tempo e as versões mais recentes apresentam menor vulnerabilidade”, completa.
Paqueras enganosas
Para os solteiros que vão aproveitar a data para procurar um novo romance, Assolini faz um alerta: cuidado com aquilo que você compartilha com suas paqueras virtuais. Informações pessoais, fotos íntimas ou chamadas de vídeo mais eróticas só devem ser trocados depois de estabelecer uma relação de confiança com o parceiro. Muito cuidado também com os links que recebe.
“Cibercriminosos criam perfis falsos em sites de relacionamento para aplicar golpes ou disseminar ataques. Por isso, não divulgue seus perfis de redes sociais nem seu número de telefone para qualquer pessoa. E desconfie quando alguém pedir para você acessar um link, pois pode ser uma isca para o roubo de credenciais ou para a instalação de um malware”, atenta.
Caso você tenha conhecido a pessoa num site de relacionamento e queira continuar a conversa no WhatsApp, por exemplo, Assolini recomenda que os usuários criem números virtuais. Assim, o desconhecido não ficará sabendo o seu telefone verdadeiro, enviando assim a aplicação de golpes por engenharia social, caso seja de fato um golpista. “Também é preciso ficar atento a qualquer solicitação para clicar em links ou pedindo para comunicar a senha ou código via SMS, pois isso pode ser ataque de phishing”, ressalta o analista.
Também é importante instalar programas de segurança em todos os dispositivos usados para essas conversas, pois serão capazes de reconhecer as ameaças e fazer o bloqueio antes que a vítima seja atacada.
Outro golpe comum em relacionamentos novos e a distância é a extorsão. Depois de longos períodos de flertes, o golpista pede para que a vítima se conecte pela webcam. A câmera do criminoso está misteriosamente quebrada, mas continuam a enrolar a vítima, de modo a levá-la a tirar a roupa ou outras ações íntimas. “É aí que o golpista revela sua identidade. Ele alega que irá tornar a gravação pública a menos que a pessoa o pague. Uma vez que a vítima obedece, o ciclo-vicioso começa, com novas demandas até que a vítima recuse”, completa.