Crianças brasileiras são as que tem acesso mais cedo a eletrônicos na AL

Como proteger os filhos em um ambiente de acesso fácil e rápido contra uma série de riscos, como conteúdos inapropriados, assédio ou invasão de privacidade?

Nos últimos anos, a internet se transformou num dos passatempos prediletos das crianças e adolescentes. Conectados à imensidão de coisas oferecidas pelo mundo virtual, os jovens podem aprender e se divertir. Mas, infelizmente, não existe apenas o lado bom -há também ameaças reais, contra as quais pais e mães têm papel fundamental na segurança da família.

Mas como proteger os filhos em um ambiente de acesso fácil e rápido contra uma série de riscos, como conteúdos inapropriados, assédio ou invasão de privacidade? Definitivamente, não é fácil.

Para melhor entender esta nova missão incorporada à paternidade, a Kaspersky, em parceria com a empresa de pesquisa CORPA, entrevistou pais e mães do Brasil e de outros cinco países da América Latina (Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru) para um estudo sobre como eles estão cuidando da vida digital das crianças latino-americanas.

O material analisa os impactos da internet na relação familiar, abordando questões como: a frequência com que os jovens utilizam dispositivos inteligentes, a relação com outras pessoas no espaço virtual, os riscos reais aos quais estão expostos enquanto navegam e a maneira pela qual os pais gerenciam diferentes ferramentas para supervisionar as atividades de seus filhos na rede.

Todos esses insights permitem identificar novas maneiras com as quais a Kaspersky poderá contribuir para que pais e mães, não apenas na América Latina, mas em todo o mundo, sintam-se mais bem preparados para proteger a segurança daqueles que mais importam: suas crianças.

Metodologia

O estudo contou com a participação de 2.294 entrevistados de seis países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru). Todos os respondentes estão na faixa etária dos 25 aos 60 anos, são pais ou mães de crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos, e usuários de dispositivos eletrônicos (computadores, smartphones, tablets etc). As entrevistas foram realizadas pela CORPA, de forma online, entre fevereiro e março de 2020.

Destaques da pesquisa

Sobre o uso de internet e dispositivos conectados

  • Sete anos é a idade com que as crianças acessam pela primeira vez um dispositivo inteligente. O Brasil é onde as crianças têm acesso mais precoce a esses aparelhos, enquanto a Colômbia, onde o contato acontece mais tardiamente.
  • Nove anos é a idade com que as crianças da região recebem e tornam-se donas de seu primeiro dispositivo eletrônico.
  • Entretenimento e educação são os principais motivos pelos quais os pais permitem a seus filhos utilizarem dispositivos eletrônicos. No Brasil, Argentina e Chile, o entretenimento é a principal justificativa, enquanto na Colômbia e México, os pais afirmam que o uso é predominantemente educacional.
  • Em todos os países, a maioria das crianças usa esses dispositivos diariamente e por uma ou várias horas, apesar de a maior parcela dos pais afirmar que sempre ou quase sempre limita o tempo que seus filhos passam conectados à internet. A maioria dos adultos acredita ter controle suficiente sobre a vida digital de seus filhos; no entanto, uma proporção similar afirma que não os supervisiona como gostariam, devido à falta de tempo.
  • Limitar o tempo de uso do dispositivo é a principal estratégia empregada pelos pais para proteger os menores das ciberameaças. Em segundo lugar, está a educação sobre cibercrimes, seguida da revisão do histórico de navegação. Já uma parcela bastante inferior disse ter recorrido à instalação de programas de controle parental. Em relação a este último quesito, a Colômbia é o país onde mais pais possuem essa modalidade de software, enquanto o Peru é onde estes programas são menos utilizados.
  • Cerca de um terço dos entrevistados não sabe as senhas usadas pelos seus filhos. Outro terço afirma conhecer as senhas e as utilizá-las regularmente para monitorar as contas das crianças na internet. Proporção semelhante diz possuir as credenciais dos menores, mas não fazer uso delas para fiscalizá-los.
  • Entre os países apurados, a Colômbia é onde a maioria dos pais acredita que a internet representa uma ameaça à integridade de seus filhos. Por outro lado, os pais argentinos são os que menos temem por esse risco.

Sobre as preocupações dos pais

  • O uso excessivo dos videogames é um problema enfrentado em todos os países pesquisados, com maior força no Chile e na Argentina. A constatação é preocupante, visto que, ao passar tantas horas na frente das telas, as crianças podem ficar expostas ao contato com pessoas estranhas ou mesmo a problemas de saúde ou emocionais.
  • As maiores preocupações que os pais têm em relação à vida digital das crianças são: a falta de atividades físicas, o vício em jogos eletrônicos e o baixo rendimento escolar. Outros fatores que inquietam os adultos são o assédio sexual, acesso a pornografia, ciberbullying, usurpação de identidade e divulgação de informações pessoais. A Colômbia é o único país em que o maior receio é o possível contato com “más companhias”.
  • Entre os entrevistados é quase unânime o ​​entendimento de que não existe problemas éticos em rastrear o conteúdo acessado pelos filhos, embora quase metade dos entrevistados indique que a vigilância é admitida até certa idade. O limite para monitorar os filhos é de 16 a 17 anos, segundo eles.
  • A maioria dos respondentes afirma ter discutido regras de cibersegurança com os seus filhos.
  • Em relação ao que pensam de suas próprias condutas paternais, a superproteção às crianças foi o tópico mais apontado pelos entrevistados. Em seguida, estão o pouco tempo de convivência com eles, a falta de envolvimento no cotidiano das crianças e a incerteza sobre se estão educando-os de maneira correta.

Sobre os pais e as redes sociais

  • Entre os países participantes da pesquisa, o Brasil é onde mais pais afirmam compartilhar conteúdo relacionado aos filhos nas redes sociais. O México, por outro lado, é onde há o menor índice de pais publicando esse tipo de conteúdo. Em relação à frequência das divulgações, Chile e Brasil são os países com maior número de publicações semanais.
  • Manter as memórias e sentir orgulho dos filhos são as principais justificativas dos pais para compartilhar conteúdo relacionado a seus filhos nas redes sociais. O conteúdo publicado é, na maioria das vezes, hobbies e histórias de vida dos menores.
  • A maior parte dos pais latino-americanos não gostariam que seus filhos ficassem populares nas redes sociais. Eles também afirmam não se interessar em se tornar blogueiros sobre paternidade. No entanto, a maioria dos entrevistados gostaria que seus filhos fossem influenciadores nas redes sociais.

Conclusões

Embora os pais latino-americanos afirmem ter a vida digital de seus filhos sob controle, grande parte das crianças passa várias horas do dia conectada a dispositivos inteligentes. Ainda que sob a justificativa de que esse uso é principalmente voltado à educação e ao entretenimento, é possível afirmar que, em algumas ocasiões, o tempo gasto pelos menores na internet torna-se excessivo. Consequentemente, isso gera preocupação e conflitos no ambiente familiar.

É claro que a internet oferece uma variedade de ferramentas e oportunidades para crianças e adolescentes. Mas, para que os jovens possam ter os benefícios do mundo virtual, são necessários o apoio e a orientação de adultos. Estes são os únicos capazes de mantê-los longe das ameaças online que evoluem a cada dia. Nesse contexto, são medidas fundamentais o diálogo aberto sobre as ciberameaças e a incorporação de ferramentas de controle parental – que, além de bloquear conteúdos potencialmente perigosos, ainda mantém os pais informados sobre os interesses de seus filhos na internet.

Resguardar a experiência digital das crianças beneficia o relacionamento familiar, permite que pais e filhos passem mais tempo juntos, que boas condutas na internet sejam respeitadas e que toda a família se mantenha protegida de ameaças virtuais mais sérias. Esse período de isolamento social pode se tornar a oportunidade para aprimorar essa relação entre pais e filhos.

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