Autenticação de dois fatores com SMSs é amplamente usada por instituições bancárias. Claro que essa medida é mais segura que uma simples senha, porém isso não a torna intransponível. Especialistas em segurança descobriram como burlar esse sistema há dez anos, quando a prática começava a ficar mais famosa.
O problema é que os especialistas não foram os únicos a descobrir como fazer isso. Com esse conhecimento, desenvolvedores de malware foram capazes de violar sistemas com senhas por SMS sem dificuldade. Veja só como funciona:
1. Um usuário abre o aplicativo do banco em seu celular.
2. O Trojan detecta o aplicativo e sobrepõe sua interface com uma cópia. A tela falsa é igual a real.
3. A vítima entra com suas informações de login e senha no aplicativo falso. .
4. O Trojan envia as credenciais do usuário ao criminoso. Esse, por sua vez, usa os dados para acessar a conta do usuário. .
5. Os criminosos fazem uma transferência para suas contas.
6. A vítima recebe o SMS com a senha temporária.
7. O Trojan extrai a senha do SMS e a envia aos cibercriminosos.
8. Ele também esconde o SMS do usuário. Dessa forma, a vítima não sabe do ocorrido até verificar seu extrato.
9. As pessoas mal-intencionadas usam a senha interceptada para confirmar a transação e roubar o dinheiro da vítima.
Não é precipitado afirmar que qualquer moderno Trojan bancário da atualidade consiga burlar sistemas de autenticação de dois fatores por meio de SMS. Considerando que a grande maioria dos bancos se apropriam dessa prática, os criadores de malwares se adaptaram.
Diversos aplicativos maliciosos são capazes de fazer isso. Durante os últimos dois meses, nossos especialistas divulgaram três relatórios meticulosos a respeito de três famílias de malwares. Um pior que o outro.
1. Asacub – um aplicativo espião que evoluiu para um Trojan. Ele aprendeu a roubar dinheiro de aplicativos mobiles de bancos.
2. Acecard – Trojan poderoso capaz de sobrepor a interface de quase 30 aplicativos bancários. Essa habilidade tem se tornado tendência entre os malwares mobiles. No começo, os Trojans dedicavam seus esforços ao aplicativo de um banco especifico ou serviço de pagamento, mas agora eles podem falsificar diversos aplicativos ao mesmo tempo.
3. Banloader – Trojan de origem brasileira, capaz de invadir PCs e smartphones ao mesmo tempo.
Esse cenário deixa bem claro que a autenticação de dois fatores não é suficiente para nos proteger de Trojans bancários. Ela não conseguiu durante anos, não seria agora que seria totalmente eficaz. É por isso que você precisa de medidas de segurança adicionais.
A regra básica de não instalar aplicativos de fontes não oficiais continua de pé, mesmo que ela não elimine completamente as ameaças. A questão é que existem diversos casos nos quais Trojans conseguiram atravessar as proteções tanto da Play, quanto da App Store.
É por isso que a melhor medida é instalar uma boa solução de segurança no seu smartphone. Um bom começo é a versão básica do Kaspersky Internet Security. É de graça, mas você precisará verificar seu dispositivo manualmente. A versão completa tem melhor custo-benefício, ela detecta vírus em trânsito, intermitentes, antes de chegarem ao seu dispositivo, contudo demanda investimento.