A internet das coisas ruins

Ultimamente, nós falamos muito sobre a Internet das Coisas (IoT em inglês) entre os profissionais de TI. Isso significa que todas as coisas que deveriam estar conectadas à Internet: geladeiras, máquinas

Ultimamente, nós falamos muito sobre a Internet das Coisas (IoT em inglês) entre os profissionais de TI. Isso significa que todas as coisas que deveriam estar conectadas à Internet: geladeiras, máquinas de café, TVs, microondas, equipamentos de fitness, drones, etc. Mas estes aparelhos são apenas o topo do iceberg.

Toda essa exposição só ocorre devido a algumas peculiaridades da comunidade online, especialmente a comunidade de consumo que goza de cobertura da mídia quando se trata da IoT. Mas na realidade, a Internet das coisas não é apenas sobre eletrodomésticos.

Há uma enxurrada de aparelhos que podem ser conectados – e alguns de fato estão -, sem pensar duas vezes sobre se há ou não a necessidade disso. Muita gente acha que hackear coisas inteligentes conectadas poderia ser muito perigoso e muito mais ameaçador do que um hack simples no PC.

Na Kaspersky Lab, de vez em quando escrevemos sobre como os dispositivos conectados podem ser vulnerados. Essa facilidade impressionante com a que David Jacobi conseguiu hackear sua própria casa inteligente, continua a provocar gargalhadas e aplausos admirados durante seus discursos em várias conferências de segurança da informática.

Outro grande exemplo foi o hack de um centro de lavagem de carros realizada por Billy Rios da Laconicly. Lavagem de carro. Você sabe, aquela coisa com grandes pincéis e espuma e assim por diante. Ocorre que o centro de lavagem de carros de hoje tem sistemas de controle inteligentes que estão conectados e, por conseguinte, são passíveis de um hack remoto.

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Se for bem sucedido, um hacker obtém o controle total sobre todos os aspectos das operações da lavagem de carros. Existem vastas oportunidades para fazer o que quiserem, inclusive recebendo serviços gratuitamente, já que o proprietário da conta tem acesso a várias ferramentas, incluindo sistema de pagamento. Você pode hackear um carro que está sendo lavado dentro da lavagem de carro, depois de conseguir o controle da entrada. Inclusive, há possibilidades de hackear a lavagem de carro ou danificar um carro, já que este tipo de centro de lavagem de carro é equipad com uma série de componentes móveis e motores potentes.

Qualquer outra coisa é possível de hackear? Claro, qualquer coisa que você deseje! Por exemplo, na Cumbre de Analista de Segurança 2015, Vasilis Hiuorios, um especialista em segurança da Kaspersky Lab, informou como hackeou o sistema de vigilância da polícia. A polícia esperava que as antenas direcionais fossem suficientes para proteger as comunicações. Puro engano.

Se a polícia é tão descuidada para permitir hacks das suas redes e aparelhos, podemos dizer que os fabricantes de dispositivos são ainda mais. Outro especialista da Kaspersky, Roman Unuchek, demonstrou um hack de uma pulseira de fitness no SAS 2015: depois de uma série de truques relativamente simples, uma pessoa pode se conectar a uma pulseira de fitness e fazer o download de informações sobre a localização do proprietário.

Em geral, o problema é que aqueles que desenvolvem eletrodomésticos e torna-os conectados, enfrenta a realidade de todo um novo mundo do qual eles não conhecem.

As coisas ficam ainda piores quando se trata dos usuários de dispositivos conectados. Eles não se preocupam com a segurança. Para um usuário comum, um microondas conectado é apenas um microondas. Um usuário nunca iria imaginar que um computador conectado, totalmente equipado, que disponhe de meios suficientes para influenciar o mundo físico – literalmente.

Cedo ou tarde, o impacto poderia ser prejudicial. Considerando os desafios que o mundo conectado representa para ambos os usuários e fornecedores, estes últimos devem começar a pensar em meios de tornar os seus produtos adequadamente seguros. Agora, para os usuários o nosso conselho é limitar o uso demasiado da tecnologia conectada “inteligente”, para o seu próprio bem.

Tradução: Juliana Costa Santos Dias

 

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